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segunda-feira, 26 de junho de 2023

BRASIL BRASILEIRO. Por Wilson Midlej

 

O Brasil, nesses novos tempos, está de pernas pra cima...

Assim como quarto de adolescente, tudo virado e remexido.

Apesar disso, pode-se achar entre a bagunça, uma frase bonita, um texto antigo, meio amassado, mas ainda atual e impactante.

No Brasil desarrumado, encontro uma aquarela de cores pálidas, do poeta Ary Barroso.

A poesia parece ingênua e pueril, mas é o retrato do Brasil.

“Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato e zoneiro, vou cantar-te nos meus versos...

(...) Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro é o meu Brasil brasileiro, terra de samba e pandeiro...”

Nesse inverno da nação, amanhece, um Brasil ensolarado, de um povo mal-acostumado, que está sendo atacado por alguns brasileiros perversos. A ambição pelo poder, a obsessão pela fortuna e a ânsia de viajar pelos sete mares, fazem com que não meçam esforços para esbandalhar nossa economia, nossa cultura e nossa vergonha. Deixam de lado o escrúpulo, trocam a nossa tradição por uma ideologia canhestra, num Brasil que a que se obstinam em dilapidar.

São portadores, todos eles, de uma nova praga, a doença da esquerdopatia, com seu líder agora abençoado por um papa que antes era pop, pastor, mediador... agora é ativista político. Virou um esquerdopapa.

Que saudades de ideólogos como Euclides Teixeira Neto, Fernando Santana, Ubirajara Britto, Oscar Niemeyer... nobres integrantes da esquerda brasileira, em defesa da cidadania, da Amazônia, da família, da decência e liberdade brasileiras. Convicções legítimas, homens integrais, proativos, produtivos... seus legados sobrevivem.

Pois é. Até a Bahia, berço de um Brasil mulato, de morenas dengosas e poetas brilhantes, tem o seu cenário riscado, manchado de concreto e feias construções, soluções de tráfego. A capital da Bahia também está virada ao avesso, fazendo-nos recordar Caymmi, com a melancolia dos tempos em que cantava:

“Bahia, terra da felicidade... Morena, eu ando louco de saudades...”

Saudades de que? Do feijão de Baia em plena rua do Tira Chapéu, do leite-de-camelo de dona Apolinária no Porto da Barra? Daquela morena do andar gingado, do meia três? Salvador, não é mais Bahia. A Baía já está sendo invadida: dizem que agora a ponta dos Garcez é dos chineses.... Onde já se viu?

Felizmente ainda nos restam o Humaitá e os poetas...

Waltinho Queiroz, talentoso, sensível, outro poeta brilhante, esquerdista decente, que nos acende a esperança, compondo, num tempo qualquer, o jingle homenageando o seu país e que fala do orgulho de ser brasileiro:

“Começo louvando o seu hino... que a gente ama desde menino e canta com um nó na garganta...

Fé, coragem e união, três raças e um só coração, de um povo chamado Brasil.

(...) A nossa bandeira no céu (lá no céu), o mundo tirando o chapéu, porque o nosso nome é Brasil.

Vou cantar pro mundo inteiro, que tenho orgulho de ser brasileiro...’

E assim, sob a verve dos poetas, com a expectativa dos otimistas, conclamo os brasileiros de todos os matizes para uma reflexão profunda sobre o que podemos fazer pelo nosso país, como podemos contribuir para o restabelecimento da ordem e do progresso diante dessa tragédia anunciada e prestes a se consolidar.

Se tiverem uma sugestão, compartilhem comigo.

Axé, Brasil.

*Wilson Midlej é jornalista

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