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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Barragem do Criciúma: Um tesouro negligenciado de Jequié


Por Israel Ferssant

A barragem do Criciúma, vital para o abastecimento de Jequié, é mais que uma obra de infraestrutura: é o coração que pulsa e mantém a vida da cidade. Entretanto, a negligência histórica e as irregularidades que cercam seu entorno, colocam em risco não apenas a qualidade da água, mas também a segurança e o futuro do Município.

Entre as principais preocupações estão o desmatamento descontrolado ao redor da barragem, a ausência de um plano rigoroso de proteção e fiscalização ambiental, o despejo irregular de resíduos e a ocupação desordenada em áreas que deveriam ser preservadas. Não é incomum ouvir relatos de moradores sobre pescarias predatórias, construções clandestinas e até mesmo a falta de sinalização ou segurança adequada no entorno da barragem.

Mas de quem é a responsabilidade de resguardar esse bem tão precioso? A fiscalização do uso e preservação de recursos hídricos compete, primeiramente, ao Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), à Secretaria de Meio Ambiente do Município e, em última instância, ao Ministério Público, que deve atuar quando irregularidades se tornam flagrantes. Contudo, a verdade é que a proteção de um recurso tão estratégico exige um esforço coletivo: moradores, ONGs, empresas e, sobretudo, as autoridades precisam enxergar a barragem do Criciúma como prioridade absoluta. Um exemplo claro de descaso é a fragilidade na implementação de políticas públicas voltadas à preservação do entorno. Onde estão os projetos de reflorestamento? E as campanhas educativas para conscientizar a população? Jequié não pode se dar ao luxo de ignorar os alertas que vêm surgindo sobre os impactos ambientais e as ameaças ao abastecimento de água.

Além disso, é imprescindível que os órgãos responsáveis intensifiquem a fiscalização, imponham sanções para quem infringe as leis e criem condições para que a barragem seja protegida de forma efetiva. Isso inclui um monitoramento contínuo da qualidade da água e um plano de emergência para lidar com eventuais crises hídricas. 

A preservação da barragem do Criciúma não é apenas uma questão ambiental, mas também um compromisso com as futuras gerações de Jequié. A cidade precisa se unir para exigir mais atenção das autoridades e cobrar ações efetivas. Não se trata apenas de preservar um recurso natural, mas de garantir a vida, a Saúde e o desenvolvimento sustentável de toda a população. A barragem do Criciúma pode ser vista como um espelho da nossa responsabilidade coletiva. E a pergunta que fica é: até quando esse espelho refletirá o descaso?

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