Neste domingo fui convidado para uma visita à Fazenda
Pedra Minante, do Engrº Agrº Renildo Peixoto, localizada na lendária região da
Palmeirinha, e remanescente da portentosa fazenda do mesmo nome, então com
cerca de 400 hectares, pertencente ao seu pai, Felinto Peixoto, que por sua vez
herdou do seu genitor, Antonio Francisco de Andrade Peixoto, perfazendo, a
cadeia sucessória. O período de cultivo do fruto dos deuses, na propriedade da
família já passa de 100 anos.
A vida segue com Ana Milena e Adriana, suas filhas, que,
embora profissionais pós-graduadas na área de saúde, já começam a produzir
chocolate fino. Elas bem fazem ideia do tempo de dedicação e pesquisa que o seu
pai, o técnico de referência na região, Renildo Peixoto, disponibilizou com o
amanho da terra e a rigorosa seleção de sementes. Aliado a isso, a partir de
estudos aprofundados e observação constante, Renildo obteve sucesso na
elaboração de clones adequados.
Renildo Peixoto e sua família, fazem parte do seleto e
entusiasmado grupo de cacauicultores integrado pelo médico Valney Pestana, o
agrônomo Edward Oliveira, o Veterinário Espartaco Teixeira, a odontóloga Licia
Maria Santos, o agricultor Sergio Gondim, entre muitos outros, já que adotaram
a agregação de valor ao cacau produzido, comercializando não apenas os grãos
por arrouba, mas, também o produto apurado como chocolate gourmet e outros
ítens originários da amêndoa do cacau.
Diante do novo cenário de possibilidades do cacau, de há
muito preconizado por Renildo, o fruto volta ao protagonismo que vai do sistema
de produção com alta produtividade, bem como o cacau de alta qualidade, até o
chocolate fino. Na região, se houver um apoio efetivo dos governantes, um novo
marco se estabelecerá como matriz econômica do sul da Bahia.
Na agradável visita, em pleno mês de agosto, já no final
da safra temporã, Renildo nos mostrou a impressionante carga dos frutos
contidos nos cacaueiros, prontos para a colheita. Na hora do cafezinho, Renildo
relatou a sua experiência com o tempo de maturação dos frutos, conseguindo, em
cerca de 15 anos, a produtividade idealizada pela maioria dos produtores de
cacau que utilizam as modernas técnicas e metodologias, atingindo a marca de
cerca de 200 arroubas por hectare.
O conhecimento adquirido pelo agrônomo da Palmeirinha, na
verdade, aperfeiçoamento, já que nasceu na propriedade e cresceu junto aos
cacauais centenários, e compartilhado com quem o procura, desde que vá à sua
roça observar os resultados obtidos.
A nova realidade da comercialização do cacau da Bahia,
envolve não apenas a tradicional venda das amêndoas por arroubas aos armazéns,
mas, também, a possibilidade de ampliar novos horizontes mercadológicos, a
partir do chamado cacau fino, ou superior, para produção de chocolates próprios
"tree-to-bar" ou o cacau vendido às indústrias, para produzir o
chocolate "bean-to-bar" que é o processo que se caracteriza pela
manipulação artesanal e pelo uso de matéria-prima pura e de extrema qualidade,
para atender aos fabricantes do Brasil e do exterior.
E viva o chocolate Palmeirinha!!
Um comentário:
Renildo encheu nossa Jequié de Ipês . A cidade fica mais bonita quando eles florescem .
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