Uma aventura
deliciosa, cerca de uma hora e meia navegando entre mar, rios e manguezais alternando
as águas ora salgadas, ora doces dos rios Pardo e Jequitinhonha. A exuberância da
natureza contemplada em cada pedacinho pelos olhos curiosidade dos navegantes.
Depois de curtir o carnaval no centro histórico de Canavieiras, com machinhas
revivendo os velhos carnavais, o passeio veio para relaxar os dias de folias.
Inicialmente um banho esfoliante de lama preta onde o Rio Pardo encontra o mar,
num desses caprichos na natureza quando a maré baixa deixando à vista um vasto
banco de areia com água rasinha e morna. Segundo o guia Josemar, a lama negra é
terapêutica, muito apreciada por turistas, principalmente os estrangeiros por
sua composição medicinal. Realmente, depois que a lama seca e é retirada, percebe-se
uma suavidade na pele.
Segue-se o
passeio com um refrescante banho nas piscinas naturais na maré vazante, logo
após, uma hora de viagem pelos canais apertados entre manguezais onde pode-se
ver todo tipo de caranguejos, siris, ostras e moluscos incrustados nas raízes que
margeiam o mangue até a histórica cidade de Belmonte, uma cidadela que
desemboca as águas do imponente Rio
Jequitinhonha empurrando as águas salgadas do mar deixando sua doçura tomar conta do porto da
pequena cidade, cuja praia de águas escuras conhecida pelo nome de “Praia Morena”.
(com as chuvas periódicas nas cabeceiras do rio, a água chega barreta lembrando
o Rio Preto e Solimões no estado do Pará).
O casario
antigo de mais de um século encanta turistas e orgulha os moradores, apesar de muitas
ruínas serem lembradas pelo estrago da Vassoura-de-bruxa na cultura cacaueira que
quase dizimou as enormes plantações de cacau em todo sul baiano.
Na barraca
de praia do Viana experimentamos um saboroso Robalo, peixe abundante na região, cuidadosamente
preparado ao molho de camarão e creme de leite. O passeio gastronômico segue conduzido
por seu Pedro, taxista e guia turístico até a doçaria de dona Pombinha. Somos
recebidos no casarão antigo e agradável por seu Joaquim, um encantador filho de
portugueses onde somos conduzidos a uma mesa repleta de doces e bebidas:
licores, queijadinha, doce de maracujá, cocadas de diversos sabores e frutas
diferentes. O licor de jabuticaba, hum! uma delícia! Seu Joaquim nos conta que
conhece Jequié e já criou minhocas na vizinha cidade de Iramaia, atividade que
ele adora.
A ilha das Garças
é um show à parte. Final de tarde retornando da cidade de Belmonte, o sobrevoou
das aves deixa o roteiro mais que agradável. O por do sol doura as águas que
refletem a silueta esbelta das aves que sobrevoam sobre nossas cabeças
procurando apoleirar-se nos galhos sob os últimos raios de luz.
O passeio de
barco até Belmonte é oferecido pelos hotéis e também por marinheiros no Cais
Municipal de Canavieiras que infelizmente, não se pode deixar de notar, vive o
transtorno com o lixo, responsabilidade do setor administrativo. Os barqueiros
buscam a preservação e cuidado com o meio ambiente, contudo, segundo alguns
moradores, o prefeito está mais preocupado com o Rock do que com a coleta
eficiente do lixo; única situação que desconforta o turista.
A diferença
nos preços de serviços (vários, inclusive passeio) oferecidos por hotéis,
resorts e pousadas chegam a mais de 50%, comparado aos oferecidos por particulares
no centro comercial, afinal, economia é sempre bom. Veja Vídeo!
